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A forma de rompimento do CP é importante?



O ensaio de resistência à compressão, usando cilindros parece bastante simples, à primeira vista. Carrega-se um corpo de prova cilíndrico até que ele se rompa e divide-se a carga de ruptura pela área em que a carga foi aplicada, ou seja, a sessão transversa do corpo de prova. Mas pouca gente se atenta para o fato de que existem importantes particularidades sobre este ensaio que não são totalmente intuitivas.
Por exemplo, é difícil intuir que a resistência que o concreto apresenta no corpo de prova rompido não é a mesma que ele apresenta na estrutura. Afinal, lá no pilar as condições são muito diferentes, a relação de altura é outra, o tipo de carregamento é outro, a maneira como o concreto foi adensado é outra, etc. O corpo de prova, na verdade, oferece uma convenção para análise da qualidade do concreto como um produto, não uma análise da qualidade da estrutura de concreto. Outro exemplo, a carga com que um corpo de prova se rompe dependerá da deformação que esta carga causa no concreto. Normalmente, um corpo de prova se rompe quando a deformação específica chega a 3 por mil. Ou seja, o módulo de deformação do concreto, tem um papel tão ou mais importante que a sua resistência à compressão em si, na dinâmica do teste.
Mas o tema deste texto é outra estranha propriedade do teste de compressão, ou pelo menos pode parecer estranha até que se dedique um pouco de reflexão ao fato. É que o corpo de prova cilíndrico, quando colocado na máquina de ensaio, apesar de ser carregado à compressão axial, se rompe por cisalhamento. A força cortante chega a um nível crítico (à medida que o corpo de prova se deforma), antes que a falha por compressão simples dos componentes do concreto ocorra. Esta informação, que parece trivial, é um importante fundamento quando se analisa a maneira como o corpo de prova rompeu, durante o ensaio. E a análise da forma como o corpo de prova rompe, pode evitar que se tomem importantes decisões com dados contaminados ou enganosos.
As fotos abaixo mostram uma série de 4 corpos de prova cilíndricos rompidos, de formato 5 x 10 cm, usados para ilustrar a apresentação aproximada dos diferentes tipos de ruptura e sua influência no resultado:

Esta é a ruptura ideal de um corpo de prova cilíndrico, com forma de ampulheta, onde as camadas laterais externas se desprendem. Aqui, a força foi tão bem distribuída ao longo da superfície de contato com a prensa que, os planos de cisalhamento seguiram a direção definida pela deformação tipo “barril”, aquela que condiciona o Coeficiente de Poisson. Os resultados de CPs assim, tem máxima confiabilidade em relação ao teste de compressão, especificamente.




Ruptura cisalhada lateral. Este é o segundo tipo de ruptura mais confiável. O cisalhamento ocorre sempre em planos inclinados em relação à direção da força cortante que o gera, por isso a linha de fratura atravessando na diagonal do CP. Um teste que resulte em um efeito assim sobre o corpo de prova pode ser considerado normal e aceitável.

Rupturas colunares, como as demonstradas na foto acima, são mais raras. Elas indicam que pode estar havendo uma pequena influência da preparação de topo do corpo de prova, no resultado. Rupturas assim, devem motivar avaliações na qualidade de retificadoras e capeadores, bem como do processo de teste em si. Mas eu não descartaria um resultado por este tipo de fratura, apenas o colocaria sob suspeita, carecendo de uma confirmação, caso aponte para uma situação limítrofe ou desfavorável.

Ruptura de topo ou de pé. Corpos de prova assim demonstram, claramente, que a aplicação de carga foi muito irregular ou que a extremidade do corpo de prova apresenta alguma falha em sua constituição. A maioria dos casos é por defeito de retificação, ou moldagem excessivamente desnivelada, não corrigida pelo processo de capeamento. Mas também pode ocorrer quando a amostra de concreto usada para a moldagem apresentava segregação ou exsudação excessiva. Isso teria enfraquecido o topo do CP, motivando a ruptura irregular e o comprometimento do resultado. Corpos de prova rompidos desta maneira, não devem ser considerados, a menos que seu resultado possa ser posto em um contexto com outros oriundos de rupturas melhores.
Como já foi dito antes por aqui, quando o assunto é concreto, pior que ter um problema é achar que tem um problema, quando não tem. Analisar os planos de fratura dos corpos de prova podem evitar muitos mal-entendidos e fornecer um sono de muito melhor qualidade para o responsável pela obra.
Um forte abraço e até o próximo texto!

Não deixe de ver seu site, o texto acima é de autoria de Carlos Resende

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Conceito de Dente Gerber









Segundo a NBR9062 no item 7.4.1 Dentes de apoio (Dentes Gerber):


Dentes de apoio são elementos de apoio na extremidade de vigas, placas ou painéis, cuja altura é menor que a altura do elemento a ser apoiado e que podem ser assemelhados a consolos.






Detalhe de armadura em consolo tipo Gerber


Pode ser assim descrito:

O dente Gerber é uma saliência que se projeta na parte superior da extremidade de uma viga, com o objetivo de apoiá-la em consolo criado na face de um pilar ou na região inferior da extremidade de outra viga. Usualmente ambos, consolo e dente Gerber, têm altura um pouco menor que metade da altura da viga. Portanto:

As mesmas conceituações e limitações geométricas criadas para os consolos valem também para os dentes Gerber

Os dentes Gerber têm um comportamento estrutural semelhante ao dos consolos, podendo ser também descritos por um modelo biela-tirante.

As diferenças mais importantes são:

a) a biela é usualmente mais inclinada, porque deve procurar apoio na armadura de suspensão, dentro da viga, na extremidade oposta ao ponto de aplicação da carga;

b) a armadura principal deve penetrar na viga, procurando ancoragem nas bielas devidas ao cisalhamento na viga;

c) a armadura de suspensão deve ser calculada para a força total Ntd.




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Grautes



Leonel Tula
Doutor em engenharia civil pela Poli-USP e gerente de tecnologia de materiais da Denver Global
leonel_tula@hotmail.com

Paulo Sérgio Ferreira Oliveira
Engenheiro civil, MBA pela FIA-USP e gerente geral da Denver Global
psfoliveira@uol.com.br

Roberto R. de Oliveira
Engenheiro químico, pós-graduando em engenharia de materiais da UMC e pesquisador da Denver Global
laboratório@denverglobal.com.br


Uma das primeiras publicações brasileiras sobre grautes (Helene, Figueiredo e Oliveira, 1989) data de 1989. Desde então, o assunto tem sido pouco abordado por especialistas. As principais referências sobre esse tema estão disponíveis apenas no conteúdo de cursos e treinamentos associados ao trabalho de divulgação técnica de alguns fabricantes de produtos para construção.

O objetivo deste artigo é apresentar maiores informações sobre os grautes de base mineral, abrangendo as definições, usos, materiais, propriedades, características, modos e vantagens do emprego em obras novas de engenharia e de construção civil, em montagens industriais e em trabalhos especia-lizados de recuperação estrutural.


baixe aqui com todas as imagens:
http://www.allquimica.com.br/arquivos/websites/artigos/A-000122006526123748.pdf

ou aqui:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhRhMAB/grautes


O que é um graute?

Na literatura técnica em inglês utiliza-se o termo grout para definir uma argamassa ou um microconcreto fluido, utilizado para o preenchimento de um vazio. No Brasil, os engenheiros e o mercado da construção reconhecem diferenças muito claras entre qualquer argamassa ou microconcreto fluido e um graute.

Para que uma argamassa ou concreto seja considerada um graute é necessário que:

  • Apresente consistência fluida, dis-pensan-do o adensamento
  • Atinja altas resistências iniciais e finais
  • Apresente expansão controlada

    Outras propriedades particulares de um determinado graute podem ser necessárias em função de cada tipo de aplicação.

    Vantagens
    De forma resumida, podem ser enumeradas algumas vantagens de um graute, em relação a um concreto comum modificado com aditivo superplastificante (concreto fluido):
  • Maior facilidade para preencher vazios e cavidades com elevada concentração de armaduras, sem deixar vazios ou bolsões de ar
  • Menores prazos de execução
  • Maior proteção contra a corrosão, devido à baixa permeabilidade, destacando-se que, em geral, nas seções de reparo ou reforço estrutural são utilizados cobrimentos menores
  • Expectativa de uma melhor qualidade nos trabalhos e conseqüente alto desempenho dos elementos grauteados, sob severas condições de serviço

    Aplicações
    Os grautes são materiais destinados ao preenchimento de vazios confinados ou semiconfinados em locais de difícil acesso, seja por se tratarem de cavidades muito estreitas ou locais com elevada densidade de obstáculos tais como armaduras, tubulações, entre outros.

    A fluidez do graute permite que haja um preenchimento total da seção, sem a necessidade de aden-samento. A alta resistência inicial permite a rápida liberação das fôrmas e da estrutura grauteada, possibilitando maior agilidade no processo de fixação de equipamentos, e rápida colocação da estrutura reparada ou reforçada em carga. A elevada resistência final e a apresentação de módulo de deformação compatível com o do concreto garantem o bom desempenho frente a esforços elevados, mesmo para reforço de concretos de alta resistência.

    A expansão controlada ou, conforme o produto, a simples compensação da retração, garante a estabilidade volu-mé-trica e impede a existência de vazios, propiciando perfeita aderência e compacidade.

    Os dois campos principais de utilização dos grautes são as obras novas e as de recuperação estrutural. Os grautes para reparo são, em geral, denominados argamassas ou micro-concretos fluidos ou simplesmente grautes de reparo.


    Conheça as propriedades e aplicações das argamassas de preenchimento e reparo. Fique por dentro das vantagens, tipos de grautes e nomenclatura, seqüência de grauteamento, materiais componentes e dosagem. Confira ainda três experimentos
    Grautes: uma abordagem atual
    TECNOLOGIA



    Tipos de graute e nomenclaura

    A classificação dos grautes pode ser feita pelo tipo de aglomerante:
  • Grautes de base mineral, ou grautes à base de cimento ou, ainda, grautes minerais
  • Grautes de base orgânica, ou grautes à base de resina ou, ainda, grautes poliméricos

    Os grautes de base orgânica são materiais de características e usos mais específicos, recomendados para situações especiais em que se exige alta aderência e resistência a cargas cíclicas e dinâmicas, pois não sofrem o efeito de fadiga comum aos grautes à base de cimento.

    Os grautes de base mineral podem ser classificados pelo tamanho do agregado:
  • Grautes injetáveis - agregado muito fino: partículas menores que 75 mícron m
  • Grautes de argamassa - agregado miúdo: máxima característica menor ou igual a 4,8 mm
  • Grautes de microconcreto - pedrisco ou brita 0: dimensão máxima característica menor ou igual a 9,5 mm
  • Grautes de concreto - com adição de até 30% de brita 1: dimensão máxima característica menor ou igual a 19 mm

    Os grautes de base mineral recebem uma classificação de acordo com a utilização preponderante. Assim, encontram-se no mercado denominações do tipo: de uso geral, de construção, de uso industrial, para injeção, de reparo, de uso submerso, para altas temperaturas, entre outras. Alguns fabricantes ainda sugerem pequenas variações à classificação descrita para ressaltar alguma característica particular de um determinado produto ou, ainda, a adição de algum elemento particular. 

    Os autores entendem que há necessidade de se normalizar e de se estabelecer uma classificação adequada para uniformizar a utilização dos grautes, melhorando o nível de compreensão e de domínio do tema. Propõe-se, na tabela 1, relacionar os principais produtos à base de cimento que têm sido ofertados pelos fabricantes nacionais e as características que o mercado deverá exigir como requisitos de desempenho de cada tipo de material.



  • *Entenda-se por desvio-padrão, o desvio-padrão da produção, determinado em ensaios de controle de processo.
    **Entenda-se por resultado, a média da amostra de, no mínimo, três corpos-de-prova ou o valor maior da amostra de dois corpos-de-prova. Cada resultado corresponde a um lote.


    Execução

    Não basta fazer a escolha correta e conhecer as particularidades do graute em questão para garantir o uso eficiente do material. É necessário seguir uma metodologia de trabalho que começa com um bom planejamento dos serviços e concluir com os procedimentos de cura adequados.

    Planejamento dos serviços
  • Calcula-se a quantidade de material a ser usado, considerando um acréscimo da ordem de 10% para compensar as perdas
  • Reserva-se os equipamentos para mistura e lançamento, reúne-se a mão-de-obra treinada e os equipamentos de segurança individual
  • O grauteamento deverá ocorrer em horários com menor temperatura ambiente

    Etapa de preparação do substrato 
  • Apicoar a superfície removendo-se a nata de cimento superficial, eliminar o material solto ou comprometido - contaminação, corrosão de armaduras, fissuras ou som cavo - e deixar a superfície rugosa para aumentar a aderência
  • Lavar a superfície com jato de água limpa para retirar partículas soltas, pó, graxa, impregnação de óleo e restos de pintura
  • Caso a contaminação por óleos ou graxas seja extensa, efetuar a limpeza com desengraxantes adequados ou por outro processo que assegure a total remoção
  • As superfícies metálicas deverão receber jateamento de areia para eliminar pinturas anteriores, produtos de corrosão e contaminações 

    Etapa de lançamento
    Montagem das fôrmas
  • O sistema de fôrmas a ser empregado deverá ser totalmente estanque
  • A superfície não confinada deverá ser mínima
  • As fôrmas deverão apresentar cachimbo - funil alimentador - para facilitar o lançamento do graute e o total preenchimento do vão. O cachimbo deverá ter uma altura mínima de 15 cm para manter uma pressão hidrostática adequada
  • Na parte inferior da fôrma recomenda-se deixar pelo menos um furo para a drenagem da água de saturação, ou do teste de estanqueidade. Esse furo deverá ser tamponado antes do lançamento








    Saturação do substrato
  • Antes do lançamento, o substrato deverá estar, porém, com a superfície seca. Para tal, recomenda-se preencher as fôrmas com água limpa, pouco tempo antes do lançamento
  • Imediatamente antes do lançamento, a água deverá ser drenada das fôrmas
  • Se necessário, aplicar jato de ar sobre o substrato, para remover os empo-çamentos

    Mistura
  • Recomenda-se usar misturador de ação forçada, ou uma hélice de mistura apropriada acoplada a uma furadeira de baixa rotação (450/500 rpm)
  • Misturar por três a cinco minutos, até constatar a uniformidade e a homogeneidade do material. Em último caso, para obras de menor porte, misturar ma--nu-al-mente pelo menos durante cinco minutos
  • Colocar primeiro no misturador a quantidade de água de amassamento recomendada pelo fabricante. Com o misturador em movimento, adicionar lentamente o pó

    Lançamento
  • O grauteamento deverá ocorrer de maneira contínua e ininterrupta, vertendo o material pelo funil alimen-tador
  • Para o grauteamento de bases de equipamentos verter o graute apenas por um lado. Encher o cachimbo devagar e continuamente permitindo a saída gradativa do ar eventualmente preso embaixo da placa da base do equipamento

    Cura
  • Realizar a desforma após 24 horas e, em seguida, iniciar a cura úmida durante no mínimo três dias, ou aplicar membrana de cura
  • A cura úmida poderá ser realizada por aspersão de água de tempos em tempos, mantendo a superfície constantemente úmida
  • A molhagem da superfície deverá ser realizada com maior freqüência nas horas de calor mais intenso
  • Deve ser evitada a incidência direta do sol e de ventos fortes utilizando-se mantas ou anteparos apropriados

    Acabamento
  • Nessa etapa deverão ser eliminados os cachimbos e os excessos de material que eventualmente possam ter vazado pelas fôrmas






  • Deve ser utilizada uma argamassa polimérica de reparo ou ainda preparada uma argamassa de estucamento para o acabamento e regularização da superfície


    Graute fabricado em obra

    Os grautes industrializados possuem especificação das características e propriedades, com uma variabilidade bem conhecida pelos fabricantes e, em geral, testada em obras. Essa é uma vantagem considerável na hora da escolha. É possível, porém, fabricar grautes em obra, o que só se justifica do ponto de vista econômico, para grandes volumes com constância dos materiais e quando há tempo hábil para o estudo e ajuste do traço. De qualquer forma, não se pode esperar de um graute fabricado em obra a mesma uniformidade e o desempenho esperados de um graute industrializado, que agrega sempre alguns estágios tecnológicos acima dos grautes produzidos em obra.

    Materiais componentes
  • Cimento Portland (CP I ou cimentos compostos): os critérios de escolha para a produção do graute em maior escala decorrem de uma combinação de fatores técnicos e econômicos 
  • Adições minerais (pozolanas, sílica ativa, filler calcário ou cargas minerais): devem ser incorporadas por substituição de parte do cimento Portland comum, até ajustar a resistência média requerida, sem perda das propriedades do material no estado fresco
  • Aditivos em pó (superplastificantes, aditivos antilavagem dos finos, expansores retentores de água): deve-se considerar as recomendações dos fabricantes. Os produtos, porém, sempre deverão ser testados, a fim de avaliar a compatibilidade com o cimento e com os outros materiais empregados na formulação 
  • Agregados (areia, pedrisco): de origem quartzosa, granitos, ou areia de sílica. Existem opiniões controversas a respeito da distribuição granulométrica ideal dos agregados para graute
  • Polímeros (tipo acrilatos ou SBR): usados apenas nos casos de grautes desConclusão: escolhido o aditivo A2, no teor 0,4% em relação à massa de cimento
  • O aditivo A2 é pouco sensível às mudanças do tipo e origem do cimento
  • O emprego do aditivo B1 não permitiu bons resultados na permissão de incorporação de água sem exsudação (o que não diz respeito ao seu poder de fluidificação)
  • Os cimentos C1b, C2b, C3 mostram-se sensíveis ao tipo de aditivo e só seriam recomendados para formulações com prévia definição do aditivo superplastificante comprovadamente compatível com estes cimentos
  • Existem claras diferenças de comportamento dos aditivos superplastificantes frente aos diferentes cimentos (diferentes tipos ou de um mesmo tipo, mas de origens diferentes)

    Traço
    Algumas recomendações básicas de dosagem são comentadas na tabela 2.

    Graute mineral
    A resistência mecânica é ainda um parâmetro de comparação válido, porém, nem sempre o parâmetro verdadeiramente importante para uma determinada aplicação.

    O material deve ser avaliado de forma integral, tomando-se como referência as propriedades de maior interesse - nem sempre dependentes da resistência mecânica: tempo de pega, retração ou expansão inicial e final, absorção capilar, resistência à penetração de cloretos, aderência ao substrato.

    Como exemplo, apresenta-se resumidamente uma proposta de requisitos de desempenho e avaliação dos grautes para reparo (Helene, 2002).

    Dosagem do graute de uso geral
    A definição do traço deverá seguir as recomendações dos métodos tradicionalmente utilizados (Helene, 1992). Algumas particularidades da dosagem de grautes de uso geral são apresentadas na tabela 3.






    *Adota-se, como critério de lote, no mínimo a quantidade correspondente à carga de uma batelada do misturador da fábrica e no máximo 100 sacos (2,500 kg) de material. Para produção in situ, o critério pode mudar em função da capacidade do misturador ou da quantidade produzida por dia. Entretanto, podem ser mantidos os mesmos critérios de amostragem do concreto utilizado na obra.



    Escolha de materiais
    A escolha de materiais deverá ser feita em experimentos de laboratório. Um elemento de peso na escolha é o preço dos insumos e o impacto na composição dos custos do produto final. Nas tabela 4 e 5 mostra-se, em três experimentos, um exemplo de definição do tipo de cimento, composição e consumo do aglomerante, assim como a escolha do aditivo superplastificante mais apropriado para um graute de uso geral.

    Considera-se em primeira instância os requerimentos antes pré-fixados, referentes às propriedades mecânicas e à variabilidade dessas características ao longo da produção. Em segundo lugar, a escolha do aditivo superplastificante, funcionando para a maior faixa possível de variação da quantidade de água de amassamento adicionada sem que ocorra exsudação. Às vezes é necessário outro experimento para determinar uma combinação apropriada de aditivos.Conclusão: escolhido o cimento tipo C5a
  • Tipo de cimento tem influência na consistência e na resistência à compressão (valor médio e desvio-padrão)
  • Aglomerante composto com cimento tipo C5a apresentou o menor desvio-padrão e foi de fato o único que satisfez os requerimentos de dosagem





    Valores médios e desvio-padrão determinados em amostras de cinco corpos-de-prova de três lotes de um mesmo dia de produção



    Conclusão: escolhido consumo de 665 kg/m3 de aglomerante composto com 60% de C5a e 40% de C1b ou pozolana
  • A redução do consumo de cimento tipo C5a teve pouca influência na resistência à compressão e no desvio-padrão.
  • É possível ainda a economia de C5a, combinando-se este material com outro cimento ou com a adição de pozolana, mantendo a resistência à compressão e o desvio-padrão ainda dentro dos requerimentos prefixados.

    Experimento 3 - Máxima relação água/aglomerante possível sem exsudação para três aditivos superplastificantes: determinação do tipo e teor do aditivo superplastificante


    Conclusão: escolhido o aditivo A2, no teor 0,4% em relação à massa de cimento
  • O aditivo A2 é pouco sensível às mudanças do tipo e origem do cimento
  • O emprego do aditivo B1 não permitiu bons resultados na permissão de incorporação de água sem exsudação (o que não diz respeito ao seu poder de fluidificação)
  • Os cimentos C1b, C2b, C3 mostram-se sensíveis ao tipo de aditivo e só seriam recomendados para formulações com prévia definição do aditivo superplastificante comprovadamente compatível com estes cimentos
  • Existem claras diferenças de comportamento dos aditivos superplastificantes frente aos diferentes cimentos (diferentes tipos ou de um mesmo tipo, mas de origens diferentes)


    As fotos a seguir foram feitas com lupa binocular dos aditivos plastificantes em pó utilizados em diferentes formulações de grautes industrializados. Podem ser observadas diferenças discretas, muito relacionadas ao desempenho final do material




    Aditivo A1: grãos de superfície erregular, com tendência a ser aglutinar. Diâmetro médio entre 6 e 14 mícron m






    Aditivo A2: grãos esféricos de superfície lisa e bem dispersos. diâmetro médio entre 7 e 20 mícron m






    Aditivo A3: partículas angulosas, de granulometria descontínua, com tendências a se aglutinar. Partículas pequenas com diâmetro médio de 2 a 4 mícron m e grãos maiores com diâmetro médio de 12 a 26 mícron m


    Leia mais:
    Relatório Técnico - Reabilitação do Condomínio Champs Élysées. Helene, P.R.L.; França, R.; Bastos, E.; Pereira, F.; Tula, L.; Barbosa, P. São Paulo, abril, 2002. 
    Manual de dosagem e controle do concreto. Helene, P.R.L. e Terzian, P. São Paulo. Pini, 1993.
    Grautes - Novos materiais de construção civil. Helene, P.R.L.; Oliveira, P.S.F.; Figueiredo, A.D. Revista Engenharia, no 473, 1989.
  • http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/grautes-80711-1.aspx
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    Faça seu projeto de pré-fabricado


    Com atuação ativa e constante nos diversos estados do nordeste, sendo atualmente especialista em calculo estrutural de pré-fabricados de concreto armado e protendido, no âmbito da Engenharia Civil com 38 anos de experiência nestas atividades tendo realizado projetos estruturais que hoje perfazem  mais de um milhão de metros quadrados.

    Sou o criador e administrador do site Clube do Concreto que atualmente recebe média diária de 1400 visitantes com 240.000 visualizações de páginas por mês, a intenção do site foi de suprir a necessidade dos fabricantes com informações a respeito de pré fabricados de concreto e do concreto, e estes acessos realmente superaram todas as minhas expectativas. Uma informação importante é que não existe site similar no mundo.

    Desenvolvedor do método de Dosagem Paramétrica do Concreto DPCON que atualmente vem sendo utilizado em diversas partes do Brasil e no mundo. Várias novas  introduções ainda estão por ser demonstradas, como exemplo cito a curva de referencia RG- Reinforced Grade e cito também a avaliação dos finos no concreto estes dois itens atualmente estão sendo estudados e estão  tendo uma enorme vantagem em relação as padronizações que os tecnólogos seguem a mais de 100 anos.

    O DPCON na sua versão 02 vem sendo comercializado pelo site, e atualmente vem sendo utilizado na dosagem de blocos de concreto, pavers, tubos de concreto, estruturas de galpões, lajes alveolares de concreto protendido e em concreteiras.

    Fazer projetos de estruturais de galpões industriais está sendo atualmente a minha maior atividade. Sendo conhecedor das atividades relacionadas a produção tais como formas e processos produtivos facilita-se a reduzir o custo da produção no produto e na obra em si.

    Atuo também como consultor no ramo de pré fabricados de concreto e de concreto. 

    Me contate para fazer seu projeto de pré-fabricado ou reformular o seu processo produtivo ou mesmo para dosar seu concreto ou outra atividade e tenha finalmente  "A" Fabrica

    clubedoconcreto@gmail.com

    Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra

     Abaixo umas fotos de minhas realizações:





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    2- Conclusões de Abrams (dosagem do concreto)

    Estas quatorze conclusões que estão logo abaixo para se dosar um concreto foi publicada em um Boletim no ano de 1918 : Lewis Institute Boletim No. 1 de Duff A. Abrams. Abrams realizou mais de 50.000 testes para poder chegar a estas conclusões, e  ainda cita que várias  conclusões destas abaixo ainda estavam em andamento comprobatório.

    Fica a cargo dos técnicos em dosagem perceber que temos vários itens que são  imprescindíveis  para se dosar um concreto mas vários métodos atuais de dosagem renegam estes preceitos descobertos a mais de 100 anos (triste isso....).

    A tradução abaixo foi feita pelo Google, todos os itens são de fácil compreensão para os dosadores de concreto, exceto  um deles que ainda falta ser entendido, o de numero 9,  mas este será explicado em uma publicação onde será revelado esta resposta que foi descoberta (em estudo ainda)  por mim e por Ronit de Moçambique. 



    Vamos ler a sua publicação:

    Podem ser mencionados os seguintes princípios entre os princípios mais importantes que foram estabelecidos com referência ao projeto de misturas de concreto.

    Em um breve relatório deste tipo, é impraticável apresentar mais do que um ponto de vista dos métodos de aplicação dos princípios a problemas práticos.

    Em apenas alguns casos são dados experimentais dados em que essas conclusões se baseiam.

    1. Com materiais de concreto e condições de teste, a quantidade de água de mistura utilizada determina a resistência do concreto, desde que a mistura seja de uma plasticidade praticável.

    2. A análise da peneira fornece a única base correta para proporção de agregados em misturas de concreto.

    3. Um método simples de medir o tamanho efetivo e a classificação de um agregado foi desenvolvido. Isso dá origem a uma função conhecida como "módulo de finura" do agregado.

    4. O módulo de finura do agregado fornece um método racional para combinar materiais de diferentes tamanhos para misturas de concreto.

    5. A curva de análise das peneiras do agregado podem ser amplamente diferentes na forma sem exercer influência sobre a resistência do concreto.

    6. O agregado de qualidades equivalentes de fabricação de concreto pode ser produzido por um número infinito de diferentes graus de um determinado material.

    7. Os agregados de qualidades equivalentes de fabricação de concreto podem ser produzidos a partir de materiais de tamanho e classificação amplamente diferentes.

    8. Em geral, agregados finos e grosseiros de tamanho ou classificação amplamente diferentes podem ser combinados de forma a produzir resultados semelhantes em concreto.

    9. A classificação agregada que produz o concreto mais forte não é que dê a densidade máxima (vazios mais baixos). Uma classificação mais grosseira do que a máxima densidade é necessária para uma maior resistência ao concreto.

    10. Quanto mais rica a mistura, maior será a classificação para um agregado de tamanho máximo; Portanto, maior a discrepância entre densidade máxima e melhor classificação.

    11. Foi feita uma análise completa dos requisitos de água das misturas de concreto. A quantidade de água necessária é regida pelos seguintes fatores:

    (A) A condição de "trabalhabilidade" do concreto que deve ser usada a relativa plasticidade ou consistência;

    (B) A consistência normal do cimento;

    (C) O tamanho e classificação do agregado medido pelo módulo de finura;

    (D) Os volumes relativos de cimento e agregam a mistura;

    (E) A absorção do agregado;

    (F) A água contida no agregado.

    12. Existe uma relação íntima entre a classificação do agregado e a quantidade de água necessária para produzir um concreto utilizável.

    13. O teor de água de uma mistura de concreto é melhor considerado em termos do volume do cimento, a proporção de água.

    14. A forma da partícula e a qualidade do agregado têm menos influência sobre a força do concreto do que foi relatada por outros experimentadores.

    Final:

    Gostaria realmente de receber a sua opinião pessoal sobre o item 9, que tal nos dizer esta sua opinião nos COMENTÁRIOS?

    E se houver alguma dúvida quanto a qualquer item, pergunte, a sua dúvida pode ser a de muitos outros !!

    Um debate sobre este Boletim seria como ter Abrams ao nosso lado, seu trabalho tem mais revelações que ainda não foram assimiladas,

    Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra

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    1- Princípios para Dosagem do Concreto por Abrams

    Esta é a tradução de parte do Boletim de  Duff Andrew Abrams  vejam os princípios que foram publicados neste Boletim que deram inicio a toda a técnica utilizada até os dias de hoje para se dosar um concreto. Abrams realizou mais de 50.000 ensaios para divulgar os seus dois Boletins.Grifados em negrito ao partes mais importantes

    Origem das Fotos 

    As características mais marcantes das experiências em que essas tabelas baseiam-se em que eles trazem as relações fundamentais entre a quantidade de água de mistura e a qualidade do concreto resultante e mostra que o tamanho e a classificação do agregado e a quantidade de cimento afetam a força do concreto somente na medida em que influenciam os requisitos de água. Essas investigações mostraram que a inter-relação de força e proporção de materiais pode ser expressa pelos seguintes princípios:


    1. A força de uma mistura de concreto depende da quantidade de água a se misturar no lote, expressa como uma relação com o volume de cimento, desde que o concreto seja viável e os agregados sejam limpos e estruturalmente sonoros. A força do concreto diminui à medida que aumenta a taxa de água.


    2. O efeito das diferenças na quantidade de cimento é refletido por diferenças na relação água. Em misturas mais ricas, uma determinada condição de trabalhabilidade pode ser produzida com uma menor proporção de água, e conseqüentemente, dão maiores forças.


    3. Existe uma relação íntima entre o tamanho e a classificação do agregado e a quantidade de água necessária para produzir concreto de uma determinada viabilidade. A força do concreto é afetada pelo tamanho e classificação do agregado apenas na medida em que a quantidade de água de mistura é influenciado por essas variáveis, desde que o agregado não é classificado de forma muito grosseira para uma boa trabalhabilidade. Agregados mais finos requerem mais água para uma dada plasticidade e quantidade de cimento, e, portanto, dar menor resistência do que os agregados mais grosseiros.


    4. Não é necessário, ou desejável, que o agregado seja proporcionado de acordo com qualquer classificação fixa; Podem ocorrer grandes variações   do agregado sem afetar a quantidade de água de mistura ou a qualidade do concreto. A classificação de todos agregados mais do que } i in (uma polegada 25mm). Como agregado fino, e isso acima desse tamanho como agregado grosseiro, é puramente uma divisão arbitrária. Os agregados separados em qualquer tamanho podem ser proporcionados para dar desejados resultados, desde que a classificação dê concreto trabalhável. As quantidades de materiais para a separação de concreto de agregados em dois tamanhos são desejáveis ​​para facilitar a proporção uniforme de lotes sucessivos.


    5. A plasticidade ou trabalhabilidade é um requisito essencial do concreto para fins estruturais. Se um alto grau de capacidade de trabalho for necessário, este fator deve ser levado em consideração na concepção da  mistura. É essencial que a trabalhabilidade seja mantida em condições adequadas ao controle.Qualquer combinação dos materiais constituintes que produzem concreto de uma proporção de água dada resultará em concreto de aproximadamente a mesma força, desde que o concreto seja viável. O que precede as declarações incorporam as características essenciais do que se tornou conhecido como a teoria da relação água do concreto proporcional.


    Um exame casual das tabelas (aqui) mostrará a influência vital da quantidade de água de mistura, pelas diferenças nas quantidades de materiais necessários para diferentes condições de trabalho, conforme indicado pelo teste de queda. O efeito do que pode parecer "pequenas mudanças" na quantidade de água de mistura foi geralmente negligenciado em discussões anteriores sobre esse assunto.

    Comentários:

    Logo no  inicio antes de citar os principios Abrams diz que " o tamanho e a classificação do agregado e a quantidade de cimento afetam a força do concreto somente na medida em que influenciam os requisitos de água", veja que temos diversos métodos de dosagem que são utilizados que não seguem  este conceito (nem preciso citar quais.....) de que precisa se ter a granulometria dos agregados para se dosar um concreto (como ele cita: tamanho e classificação).

    Temos logo no primeiro item que "A força do concreto diminui à medida que aumenta a taxa de água" a famosa LEI DE ABRAMS, a/c versus resistência.Este conceito é utilizado em todos os métodos mas através de tabelas o que é errôneo, cada mistura deve se procurar obter a curva de correlação a/c versus resistencia, agregados absorvem água e logo este teor de água muda. Com isso deve-se procurar realizar cada curva de correlação com seus materiais. 

    O que Abrams diz (item 2) que em misturas mais ricas, uma determinada condição de trabalhabilidade pode ser produzida com uma menor proporção de água, eu posso de minha maneira concluir que podemos diminuir seus finos diminuindo a argamassa e consequentemente o teor de cimento.

    No item 3 Abrams cita que  "A força do concreto é afetada pelo tamanho e classificação do agregado apenas na medida em que a quantidade de água de mistura é influenciado por essas variáveis". Misturas mais finas tem maior área especifica e com isso se aumenta o teor de água o que afeta diretamente a "força do concreto" como é dito por Abrams.

    No item 4  "Podem ocorrer grandes variações do agregado sem afetar a quantidade de água de mistura ou a qualidade do concreto"  o que quer dizer que podem ser feitas muitas misturas sem afetar a quantidade de água mas desde que se tenha um concreto trabalhavel. 

    Abrams cita no item 5 cita que devemos ter a trabalhabilidade ou plasticidade sejam mantidas em controle e ainda diz que sempre usando o mesmo teor de água teremos a mesma resistência desde que o concreto seja viável.

    Finalizando veja se o método de dosagem que você está utilizando se seguem estes princípios, mas declaro que o método DPCON seguem TODOS ESTES PRINCIPIOS,  leia mais sobre este método que divulgo AQUI


    Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra

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    Design of Concrete Mixtures - Duff Andrew Abrams

    Original do livro de Duff Andrew Abrams  com links revisados:




    Tradução com comentários do livro de Duff Andrew Abrams pelo professor Eduardo C. S. Thomaz, “Design of Concrete Mixtures” ( Projeto de misturas de concreto )

     Link:

    http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/cimentos_concretos/abrams_dosagem_rev11.pdf


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