Água de Amassamento

Qualidade:

As normas da ABNT estabelecem que a água deve ser analisada se não vier da rede pública de água potável, mas sabe-se que algumas águas minerais potáveis contêm teores indesejáveis de diversas substancias.


Mas então, como saber se a água é apropriada para uso no concreto?


A melhor maneira de avaliar o desempenho de uma água é preparar um concreto com esta amostra suspeita e outro traço com água sabidamente pura. As resistências aos sete e 28 dias da amostra suspeita não pode ser 10% inferiores às do concreto com água pura.


Já no ensaio de tempo de pega do cimento, não pode haver alteração em mais de 30 minutos no início ou no fim da pega.


Outro fator que merece atenção, porém muitas vezes negligenciado, é a armazenagem da água. A NBR 12655/96: Concreto – Preparo, Controle e Recebimento - especifica que a água destinada ao amassamento do concreto deve ser guardada em caixas estanques e tampadas, de modo a evitar a contaminação por substâncias estranhas.

Tendo fundamental atuação na obtenção de um concreto adequado às suas finalidades, a água de amassamento como visto, requer especial cuidados no que diz respeito à qualidade, uma vez que se parte da premissa de que "se a água é boa para beber também será boa para o uso na fabricação do concreto", o que nem sempre é uma verdade. Com a presença de pequenas quantidades de açúcar e de citratos não tornam a água imprópria para o consumo, mas pode torná-la insatisfatória como água de amassamento.


Temos como principais fatores pela utilização de uma água inadequada temos: queda de resistência, a alteração do tempo de pega, a ocorrência da eflorescência, o aparecimento de manchas e a corrosão da armadura são os efeitos adversos citados.


PARÂMETROS DA ÁGUA A SER EMPREGADA NA PRODUÇÃO DE CONCRETO - NORMA ABNT NM 137:97






Água Ótima (umidade ótima):


O teor de umidade ótimo é quando os veios de água surgem nas faces dos blocos, como nas fotos que estão logo abaixo. Neste caso dessas fotos foi feito o ensaio de umidade do concreto e chegou-se a 7,08%, o que é bom para uma cura controlada, ver publicação de cura do concreto. 

Para os concretos plásticos, a quantidade de água ótima é a quantidade mínima possível para adensa-lo formando na sua superfície uma argamassa espelhada e lisa sem os agregados graúdos sobressaírem.

Cada equipamento para a produção dos artefatos de cimento tem uma determinada energia de vibração e em alguns destes equipamentos também possuem uma força de prensagem, em resumo temos artefatos de cimento vibrados, prensados (equipamentos mecânicos, hidráulicos e pneumáticos), vibro-prensados e extrudados..

A quantidade de água para ser utilizada na confecção do artefato de cimento está diretamente ligada a esta energia de vibração e de compactação para cada tipo de equipamento, para uma determinada mistura. Então para uma determinada mistura granulométrica existe um certo teor de água ótimo que é constante no traço em uma equipamento. Falando de outra forma: o teor de água/materiais secos é constante para um traço em uma regulagem de um determinado equipamento.



Verificação da Umidade:

A água real utilizada na confecção do concreto com umidade ótima deve ser verificada no ciclo de produção e temos três maneiras mais práticas de se obter esta quantidade de água que foi utilizada diretamente no produto, primeiro se pesa uma amostra de concreto recém-preparado e depois pode-se utilizar imediatamente um dos três métodos para se verificar esta umidade.

-pelo método da frigideira, se pesando após o concreto perder a água no fogo.
-pelo método do micro ondas, se pesando após o concreto perder a água no aparelho de micro-ondas.
-pelo método da estufa, idem dentro da estufa.
-pelo método alternativo publicado Veja aqui

-por queima com álcool (PURO)

O valor com umidade diminuindo do valor seco dividido pelo valor seco e multiplicando por 100 nos fornece a umidade do concreto em percentual. Esta percentagem nos indica o teor de água materiais secos ou seja, o peso de água dividido pelo peso da soma dos agregados com o peso do cimento, dividindo-se por 100, fornece este teor que chamaremos de A% .

Em concretos semi secos este valor oscila de 6 a 8%. Para concretos onde temos uma cura controlada(cura úmida, cura a vapor, autoclave, etc.) poderemos utilizar o A% no seu valor inferior e para concretos com cura de pouco controle deveremos utilizar concretos com teores de água entorno de 7%, para garantir que o cimento se hidrate para garantindo a resistência do concreto. Quando se tem baixa umidade do concreto a cura deve ser ótima e quando esta umidade em níveis maiores a cura pode ser de pouco controle.


Na produção de peças de concreto semi seco tais como blocos, pavers, etc. devemos inspecionar o produto elaborado verificando se existem nas sua faces veios de água, que é uma indicação que a água está na sua quantidade ótima para a hidratação do cimento. deve-se fazer constantemente esta verificação de umidade, quando não existe sensor de umidade no equipamento de produção.


Em tubos de concreto que são produzidos em prensas radiais a coloração do concreto e a formação de pontos de água é a indicação de umidade ótima. Em tubos vibrados no término de enchimento da forma o concreto levanta e abaixa indicando término da concretagem e também indica que o teor de água está no ponto ótimo.  
 

Quando existe sensor de umidade temos uma garantia de que o valor adotado será mantido constante. Veja a publicação de sensor de umidade onde se mostra as vantagens de sua utilização.

Existem vários parâmetros para se obter o volume de água do inicio de dosagem. Para inicio de um traço se realiza com os percentuais enquadrados na curva de Fuller, utiliza-se como sugestão inicial o teor de água indicada na fórmula que segue abaixo, existem também várias sugestões em tabelas fornecidas por diversos autores, mas a sugestão abaixo se tem demonstrado como uma boa partida inicial para os concretos plásticos. Para os concretos semi secos convém se adotar um teor de sete por cento como teor de água materiais secos (umidade do concreto) para o traço inicial.

W=235*St^0.10 / ((DMT)^0.18)

W= água em lts/m3.

St= abatimento em mm para concreto semi seco. DMT=dimensão máxima teórica em mm previamente calculado.(ver publicação de DMC e DMT)


Tabela que pode ser utilizada para o consumo de água inicial:


Água/Cimento:

A relação água/cimento é um dos indicadores mais importantes em toda a dosagem de um concreto. A resistência do concreto está diretamente ligada ao conteúdo de água.
 

Não é só a quantidade de água que se procura obter para uma determinada trabalhabilidade mas também a relação água/cimento, como disse Alfred Hummel aue foi categórico ao escrever: "O grau de compacidade ou o volume de poros do concreto se reflete em certo modo nas resistências à compressão e à flexo tração, na absorção de água e na estabilidade contra o congelamento, em sua durabilidade, assim como nos processos de retração e dilatação"
 
Os pré-fabricados que são produzidos com misturas secas pelo que a a/c é muito baixa, de 0,3 a 0,7 ou até mais. A quantidade de água que é incorporada a mistura deve ser cuidadosamente determinada e se deve considerar a umidade que os agregados possuem, descontando-se esta água contida nos agregados na confecção do traço.

É rotina de uma fábrica quando não possui sensores de umidade, se fazer a determinação da umidade com a finalidade se corrigir o teor de água da mistura.

 A durabilidade do concreto é relacionada com o fator água/cimento. Existem tabelas determinadas por pesquisadores que limitam esta relação em concretos, dependendo das dimensões da peça e do tipo de exposição. É também importante obter uma trabalhabilidade adequada, operações perfeitas de amassamento, adensamento e cura. 

A Água na Trabalhabilidade:

Em concreto plásticos a maioria dos defeitos na resistência do concreto são causados pelo excesso de água colocado a fim de facilitar o amassamento ou seja a trabalhabilidade é melhorada com o excesso de água. A influência desta relação quando é excessiva é representada pela quantidade de água não necessária à hidratação do cimento e que irá evaporar, deixando vazios no interior, os quais serão diretamente responsáveis pela queda da resistência.  
Em concreto semi secos existe a tendência de se diminuir a água com a finalidade de facilitar o enchimento das matrizes para acelerar a produção, quando isto acontece a água fica abaixo do teor ótimo e a queda da resistência do produto é eminente e ocasiona a perda da maior parte dos produtos fabricados.

A Água na Umidade e Absorção:

Nos agregados, temos a possibilidade de encontra-la em cinco estados:
    1-seca ao forno- sem ter umidade na superfície e o seu interior
    2-seca ao ar- a superfície encontra-se seca, mas contem parcial umidade em seu interior.
    3-saturada e superfície seca- a superfície encontra-se seca, mas a umidade em seu interior é total.
    4-totalmente úmida- a superfície e seu interior encontram-se molhadas
    5-parcialmente úmida- só a superfície encontra-se com umidade, válido para ois agregados graúdos (britas).


 Os agregados miúdos podem ficar nos quatro primeiros estados e os agregados graúdos no primeiro e ultimo estado.


Fotos (umidade ótima):










 
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