Será este cimento um milagroso?

Recebi a visita do representante de cimento de uma grande cimenteira, este representante estava indignado com os fabricantes locais de blocos e pavers de concreto, que estão solicitando o cimento ARI no mercado local. Sua indignação é devido ao fato de que o cimento ARI não é milagroso, este como qualquer outro exige uma nova receita (dosagem) e outros que vou descrever sucintamente.

A maioria das fabricas acreditam que só existe uma receita que é a receita de dosagem do concreto, mas se fosse assim era bem fácil não é? Existe dentro de uma fábrica receita para receber materiais, receita para regulagem dos equipamentos (alguns por CLP), receita para cura dos produtos, receita de tempos e movimentos, receita de processos indiretos e ai vai....

Uma receita para uma determinada doença serve somente para o paciente que foi receitado pelo médico, esta mesma receita médica NÂO SERVE para outro paciente. Isto vale também para as fabricas de artefatos de cimento onde a receita de sua dosagem só serve para si mesmo, onde foi analisado os materiais componentes e onde foi dosado os percentuais de cada componente com algum critério técnico. Mais claramente: a receita de dosagem de um fabricante NÂO SERVE para outro fabricante, mesmo que tenha o mesmo equipamento.

Já publiquei varias vezes que cada equipamento produz com uma umidade determinada para cada tipo de mistura. Esta á a base para se iniciar a dosagem de qualquer concreto, seja plástico ou semi-seco. Em resumo existe um A% (água/materiais secos) para cada mistura em um determinado equipamento que foi regulado em uma determinada receita. Sobressai com outra cor porque isto é um fato que NÂO é divulgado em meios técnicos e considero o fator INICIAL para qualquer tipo de dosagem.

Então o cimento ARI não vai corrigir os problemas da falta de todas as RECEITAS. Fazer o mais fácil é da natureza de alguns que não são técnicos, devemos procurar entender o que fazer para corrigir e aprimorar. 

Uma farinha boa também faz bolo ruim, mesmo que a receita seja boa. E uma farinha de qualidade duvidosa pode fazer um bolo bom, dependendo do seu feitor.

Creio que ficou bem claro o meu recado.

Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra



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