Mapa de concretagem, é preciso?

O que é o mapeamento de concretagem?

Identificação do local onde foi depositado o concreto de cada caminhão-betoneira ajuda a determinar a origem do material em caso de eventuais problemas

Reportagem: Juliana NakamuraEdição 37 Equipe de Obra - Julho/2011




Simples e imprescindível.

Assim os especialistas definem o mapeamento de concretagem. O procedimento, que prevê a anotação de dados referentes ao concreto recebido sobre a planta da área a ser concretada, permite identificar com exatidão o local onde foi lançado o material saído de cada betoneira.

"O mapeamento facilita eventuais processos de verificação ou intervenção posteriores e deve ser uma prática corrente nas construções", recomenda Rubens Curti, supervisor dos laboratórios de concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Para Cléber Saccoman, diretor da construtora Matec, esse controle é tão importante que merece ser aplicado a todos os elementos estruturais concretados, desde lajes, vigas e pilares, até elementos de fundação e pisos estruturais.

"O mapeamento é um documento interno de acompanhamento do processo construtivo e deve ser suficientemente extenso para conter as informações relevantes desejadas e, ao mesmo tempo, ser objetivo para ser facilmente interpretado", resume Egydio Hervé Neto, diretor técnico da Ventuscore.

Dúvidas frequentes
Como é feito o mapa de concretagem?
O encarregado do mapeamento acompanhará a concretagem real e desenhará, sobre a planta da área, "a mancha" correspondente a cada betonada, anotando sua identificação individual (número da nota fiscal ou número da betoneira, por exemplo).
Com que tipos de concreto o procedimento é adotado?
O mapeamento é feito para concretos convencionais, cuja consistência pode ser medida pelo teste de abatimento do tronco de cone.
Dá para realizar o mapeamento quando o concreto utilizado é autoadensável?
Para concretos mais fluidos, como é o autoadensável, a tarefa torna-se mais complexa, já que o espalhamento desse tipo de concreto dificulta a identificação de seu posicionamento final. Para contornar essa situação, pode-se colorir o concreto para facilitar sua identificação.
Quem é a pessoa mais indicada para fazer essas anotações?
Normalmente quem realiza o mapa de concretagem é um técnico de edificações. Esse profissional deve conhecer a estrutura que está sendo executada, ter facilidade para ler e interpretar o projeto executivo e autonomia para transitar pela obra acompanhando o lançamento do concreto. Em algumas construtoras, como é o caso da Matec, o anotador atua em conjunto com a empresa de tecnologia de concreto contratada.
Só o mapeamento é suficiente para dar segurança ao construtor com relação ao concreto entregue?
Não. Aliás, o responsável pelo mapeamento normalmente também realiza outros procedimentos relativos à entrega do concreto na obra, como ensaios de abatimento ou espalhamento e a moldagem de corpos de prova para ensaios de resistência.
Que informações devem ser registradas no mapa?
Para cada concretagem, além da posição do lançamento, devem ser registrados: tipo de concreto entregue, identificação do caminhão-betoneira, data e hora da entrega do concreto, nome de quem recebeu o concreto e número da nota fiscal.
Em que pontos o anotador deve prestar mais atenção?
O término de uma descarga e o início da descarga seguinte são as posições mais difíceis de retratar no mapeamento. Por isso, o anotador deve ter atenção nesses momentos.
Quantos mapas devem ser feitos durante toda a obra?
Tantos quantos forem as concretagens.

Exemplo de mapa da concretagem
» A laje é dividida de acordo com o planejamento de concretagem. Os limites de cada concretagem devem ser desenhados no mapa.
» No momento da concretagem, o anotador deve marcar em cada trecho:
a) número da betoneira que descarregou o concreto
b) data e hora do início da concretagem
c) número da nota fiscal referente à compra do concreto


Observação: essa metodologia é válida não apenas para a concretagem de lajes, como também para outros elementos da estrutura e das fundações.


Apoio técnico: Egydio Hervé Neto, diretor técnico da Ventuscore; Rubens Curti, supervisor dos laboratórios de concreto da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP); Cléber Saccoman, diretor da construtora Matec; Inês Battagin, consultora da ABCP e superintendente do CB-18 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).


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