Quanto de água eu boto nesse concreto?

Esta foi uma pergunta que eu me fiz quando estava trabalhando em uma grande fabrica de pré-fabricados de concreto a FAT Cimento Técnica em Jaboatão Pernambuco.

Na fabricação de tubos de concreto prensados quando se colocava muita água, o concreto se prendia nas formas e quando se colocava pouca água quando se fazia a retirada da forma do tubo este se desmanchava.E quando se tinha pouca água e mesmo os tubos ficando em pé, sem desmanchar, eles se quebravam no manuseio, neste caso o cimento não reagia totalmente com a água que era insuficiente para a reação química.

Indo para outro equipamento que faz tubos de concreto vibrados se notava que o teor de água era maior e que o concreto não se prendia nas formas mesmo com mais umidade mas, quando se diminuía este teor de água o enchimento era mais rápido e os tubos não ficavam em pé.

Em outro equipamento de fabricação de Pavers brigávamos para colocar mais água, porque já sabíamos que com o concreto muito seco as peças quebravam no manuseio e no desmolde e também no carregamento e idem na colocação em obra. Chegamos a utilizar até jornal fazendo assim quando o equipamento enchia a matriz e depois prensava sobre a folha de jornal, não acarretando paralisações para limpeza de molde superior. Hoje não é mais assim os equipamentos são robotizados.

Bem com esta confusão se convivía e com isso cheguei a seguinte conclusão lógica: 

Cada equipamento trabalha com um certo teor de água ótimo para uma determinada mistura em um equipamento previamente regulado.

De outra forma mais clara:

Ou seja o A% que nada mais é que o teor de água /materiais secos é definido pelo próprio equipamento de produção.

Se Lobo Carneiro estivesse presente junto a estes equipamentos certamente chegaria a mesma conclusão. Lobo Carneiro com seu método de dosagem para concretos que foi adotado pelo INT formaliza assim na dosagem: 

A%= a/c / (1+m)

então m= (a/c *100/ A%)-1

A%= teor de água / materiais secos

Veja na pagina 12  do Prof.  Prof. Eduardo C. S. Thomaz :

Foi assim que surgiu o DPCON - a Dosagem Paramétrica do Concreto, a procura do teor de água para um determinado traço, isto é o Passo numero 2 de minha dosagem

Mas o que é a umidade ótima para um concreto, foi a segunda pergunta que me fiz e isto respondo em outra ocasião, mas pensem...

Eu gostaria de agradecer aqui a  Ronit lá de Maputo-Moçambique, breve nosso companheiro, Engenheiro, que tem se dedicado a melhorar o DPCON  o seu esforço dignifica nossa profissão, obrigado Ronit a você e a seu pessoal da concreteira.

Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra 




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