Na China, paredes de taipa de pilão foram construídas pelo povo Longshan entre 2600-1900 a.C., durante o período em que as cidades apareceram pela primeira vez na região. Paredes grossas íngremes, feitas de taipa de pilão, tornaram-se uma característica de monastérios budistas tradicionais, através dos Himalaias, e tornaram-se bem comuns em áreas do norte da Índia, como Sikkim. A técnica se espalhou para o Oriente Médio, depois para o Norte da África, onde a cidade de Cartago foi construída com esta técnica. A partir daí, a tecnologia foi levada para a Europa pelos Romanos.


Estruturas de taipa de pilão podem ter longa durabilidade. A maior parte da Grande Muralha da China foi feita com esta técnica, bem como foi Alhambra, no Reino de Granada (atual Espanha). No Norte da Europa, estão construções de taipa de pilão de até sete andares de altura, e dois séculos de idade.
A taipa de pilão recebe esta denominação por ser socada (apiloada) com o auxílio de uma mão de pilão. É uma técnica construtiva que consiste em comprimir a terra em formas de madeira, denominada de taipais, onde o barro é compacto horizontalmente disposto em camadas de aproximadamente quinze centímetros de altura até atingir a densidade ideal, criando assim uma estrutura resistente e durável.
Essas camadas são reduzidas à metade da altura pelo processo de apiloamento. Quando a terra pilada atinge mais ou menos 2/3 da altura do taipal, recebe, transversalmente, pequenos paus roliços envolvidos em folhas, geralmente de bananeiras, produzindo orifícios cilíndricos denominados “cabodás” que permitem o ancoramento do taipal em nova posição.
A parede desenformada fica pronta imediatamente, tornando-se um bloco monolítico e autoportante que serve de sistema estrutural dentro de uma construção, por sua alta resistência à compressão.
Para durar séculos, uma construção em terra crua tem de ter “um bom chapéu e um bom par de botas”, isto é: beirais largos e fundações acima do piso.
Antes de iniciar a obra, verifica-se o sítio, os principais parâmetros devem ser a possibilidade de boa drenagem e um bom apoio para a fundação.
1. Ideal: Terrenos naturalmente planos.
2. Não construir em baixadas.
3. Não construir em aterros.

Fundações 
Como em qualquer construção com terra crua, o sistema construtivo de taipa de pilão precisa de uma fundação impermeabilizada, que fique acima do solo. A opção normalmente utilizada são as sapatas corridas, que permitem uma distribuição de cargas uniformes no solo e dificultam a capilaridade (fenômeno natural, onde a água do solo infiltra a base das paredes). As sapatas corridas podem ser feitas com ou sem concreto.

Preparo da Forma (Taipal)
O taipal é formado por duas pranchas compostas de tábuas presas por montantes, espaçadas por separadores e travessas que delimitam a largura da parede, o conjunto é fixado por cunhas em baixo e por torniquetes em cima. As extremidades são fechadas por tábuas laterais. Esta fiada é montada apoiando as travessas no topo da fundação e deve estar devidamente aprumada e nivelada.
A forma devem ser bem firmes, pode ser em madeira ou em chapas de aço, o que recomenda-se é que a fixação entre elas, feitas por tirantes de um lado para o outro, sejam revestidas de tubos de pvc para facilitar o desmolde. Recomenda-se também untar as formas com óleo diesel ou desmoldante.

Pilão
O pilão é um bloco feito de material pesado e resistente conectado a um cabo também resistente.

Paredes
O solo ideal deve ter uma proporção de 30% de argila e 70% de areia, e umidade que permita que os materiais estejam agregados. É importante que sejam retirados pedriscos e raízes deste solo.
Janelas e Aberturas
As janelas de peitoris são as mais comuns, nelas o peitoril é construído com a taipa de pilão. As janelas rasgadas são as janelas abertas que tem o vão aberto desde a verga até o piso, o parapeito vazado da janela pode ser preenchido por tijolos de adobe ou tábuas de madeira
Instalações
As instalações hidráulicas da edificação não devem ser instaladas no interior da parede, pois estas são autoportantes, o que impossibilita futuros reparos. O mais aconselhável é que sejam construídas paredes hidráulicas de concreto.
Cobertura 
A cobertura deve ser posicionada assim que as paredes forem finalizadas, impedindo que estas tomem chuva. Beiral largo para proteger a parede da ação da chuva.
Revestimento
O revestimento pode ser feito com uma argamassa de terra (1 de cal; 4 de areia; 2 de terra) que permite o “respiro” da parede e “acusa” logo qualquer infiltração que tenha ocorrido. A argamassa de cimento, apesar de ser mais impermeável, tem coeficiente de expansão diferente da terra e pode descolar com o tempo, além de “camuflar”, inicialmente, infiltrações.
Obs: os insetos instalam-se em ambientes que propiciam seu desenvolvimento. Portanto, é importante manter sempre a assepsia da construção. Boa limpeza e frequente manutenção para evitar frestas e “buracos” por onde os insetos entram e se desenvolvem.