1 2 3 4

Dimensionamento dinâmico de muros de arrimo


As necessidades impostas pelo desenvolvimento econômico e urbano e a preponderância, geralmente aceita na atualidade, dos condicionalismos socioeconômicos sobre as dificuldades tecnológicas, tem incrementado a utilização de locais com fracas características geotécnicas. Além disso, tem vindo a ser cada vez mais necessário melhorar ou reforçar os terrenos sob a estruturas existentes de forma a assegurar a respectiva estabilidade, posta em causa pela execução, em zonas adjacentes, de escavações ou túneis, ou, ainda, para aumentar a resistência a solicitações sísmicas ou outras solicitações especiais.

A análise dinâmica de estruturas de suporte de terras deve fazer parte dos cálculos de dimensionamento quando a obra se situa numa zona de risco sísmico ou quando a probabilidade de virem a atuar forças dinâmicas de outra natureza for considerável. As estruturas de suporte podem dividir-se em dois tipos mais comuns: os muros de gravidade as cortinas flexíveis.


Os muros de arrimo podem ser de vários tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem contraforte) e com ou sem tirantes.

Muros de Gravidade


Muros de Gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo peso próprio.

Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser construídos de pedra ou concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados.

Os muros de suporte de terras conferem estabilidade ao conjunto estrutura-solo através da grande massa que possuem. A resistência ao derrubamento e ao escorregamento pela base é conferida na sua maior parte pelo peso da estrutura de suporte. O comportamento deste tipo de estruturas é condicionado pelos deslocamentos.

As forças internas nos muros têm apenas uma importância secundária porque estes são sempre considerados como um corpo rígido.

Cortinas Flexíveis

São muros ou paredes de espessura relativamente reduzida, de aço, betão armado ou madeira, suportadas por ancoragens, escoras ou impulsos passivos do terreno. A resistência à flexão destas estruturas desempenha uma função significativa na contenção do terreno, sendo a contribuição do seu peso insignificante. São exemplos deste tipo de estruturas as cortinas de estacas pranchas autoportantes, as cortinas ancoradas ou escoradas de aço ou de betão e as paredes moldadas;


Para efetuar o dimensionamento

Podem dividir-se os estudos analíticos de acções dinâmicas sobre estruturas de suporte de terras em três categorias:

a) soluções baseadas num estado plástico de equilíbrio limite;

b) soluções com aplicação da teoria da elasticidade;

c) soluções não lineares e soluções elasto-plásticas.



Estados limites a ter em consideração:


Características Muro de Arrimo


a) Perda de estabilidade global;
b) Rotura de um elemento estrutural (muro, ancoragem, dormente ou escora) ou da ligação entre elementos estruturais;
c) Rotura conjunta do terreno e de elementos estruturais;
d) Movimentos da estrutura de suporte que possam causar a rotura ou afectar a aparência ou a eficiente utilização quer da própria estrutura, quer de estruturas ou infra-estruturas vizinhas;
e) Repasses de água inaceitáveis através ou sob a parede;
f) Transporte em quantidade inaceitável de partículas do terreno através ou sob a parede;
g) Modificação inaceitável das condições de escoamento da água do terreno.


Devem considerar-se ainda os seguintes estados limites:



a) Para estruturas de suporte de gravidade e compósitas:

- rotura por insuficiente resistência do terreno de fundação,
- rotura por deslizamento pela base do muro,
- rotura por derrubamento do muro;

b) Para cortinas:

- rotura por rotação ou translação da parede ou de partes desta,
- rotura por perda de equilíbrio vertical da parede.


Exemplo de Muro de Flexão

No projecto de estruturas de suporte devem considerar-se os seguintes aspectos:



a) A variação das propriedades do terreno no tempo e no espaço;
b) As variações dos níveis da água e das pressões intersticiais no tempo;
c) As variações das acções e das combinações de acções;
d) A escavação, infra-escavação ou erosão na frente da estrutura de suporte;
e) A colocação de aterro no tardoz da estrutura;
f) O efeito, se for previsível, de futuras estruturas e sobrecargas;
g) Os movimentos do terreno devidos a assentamento ou subsidência.

É necessário especial cuidado no caso de carregamentos repetidos devidos a sobrecargas, como no caso de gruas rolantes suportadas por muros-cais. As pressões induzidas por tais sobrecargas podem exceder significativamente as do primeiro carregamento ou as que resultariam da aplicação estática de uma carga de igual grandeza.

Para impactos laterais em estruturas de suporte é em geral necessário considerar a maior rigidez exibida pelo terreno suportado quando resiste a um impacto na face do muro. Além disso, deve investigar-se o risco de ocorrência de liquefacção devido ao impacto lateral em cortinas.

Devido à flexibilidade que algumas paredes de suporte apresentam pode questionar-se se será lícito considerar distribuições de pressões laterais do mesmo tipo que nos muros rígidos. Os resultados obtidos por diversos investigadores de ensaios em centrifugadores e a sua comparação com os valores previstos permitem lançar alguma luz sobre este problema.

Do mesmo modo que nas estruturas rígidas verifica-se, quer por descrições de casos reais, quer por resultados experimentais, que as estruturas flexíveis situadas acima do nível freático são menos susceptíveis a danos provocados por sismos do que as que se encontram submersas ou suportam maciços submersos.


PET Civil UFJF
Autor: José Eduardo Tavares Quintanilha de Menezes
Excerto Adaptado
Imagens: California Department of Transportation, Keller

Ler Mais

Até cartão de visita de concreto!

Imprima uma quantidade de cartões especiais


Isso é interessante para quem vai palestrar em um evento importante, ou viajar para muitos lugares diferentes. Considere imprimir uma série de cartões especiais para a ocasião, usando o mesmo tema visual dos seus slides e colocando no verso o tópico principal da apresentação.

Caso vá para outros países, procure levar cartões impressos na língua do país que você vai visitar, assim, você facilita o contato direto com seus clientes.
Por fim, para você se inspirar, confira abaixo alguns modelos de cartões super criativos.


- See more at: http://www.logovia.com.br/blog/inspiracao-2/cartao-de-visita-criativo-confira-5-dicas/#sthash.DoSpUvOS.dpuf


CARTÃO DE VISITA DE CONCRETO.


















Ler Mais

Se decidir a tomar uma decisão

Parece um paradoxo, mas é mesmo. Constantemente os Gerentes de Projetos tomam decisões. Decidir algo é um risco, você não sabe se toma a decisão certa ou não, os fatos posteriores dirão se você decidiu corretamente ou não. Caso não der certo, terá mais uma lição aprendida para incorporar na sua lista.

Napoleão disse “Nada é mais difícil, portanto mais precioso, do que ser capaz de decidir”.

A maioria das decisões são difíceis porque envolvem um importante grau de incerteza. Devemos atravessar uma ponte entre a situação atual e não sabemos como será realmente do outro lado, e nem se a ponte poderá cair quando a estivermos atravessando.

Todo nosso trabalho para subsidiar uma decisão por alguém (nem que sejamos nós mesmos) é apenas para nos sentirmos confortáveis de que o risco assumido é suportável.

Uma maneira intuitiva de sabermos quanto risco pode ser assumido é pela suposição do que acontecerá se nossas expectativas se frustrarem? E se o pior evento previsto acontecer? Como nos sentiremos? Você alguma vez analisou isso?

Os erros cometidos pela maior parte dos que tomam decisões são semelhantes e surgem pela falta de uma sistemática. O livro “Tomada de decisões – Armadilhas”, de J. Edward Russo e Paul J. H. Schoemaker resume em dez itens, os erros mais comuns no processo de tomada de decisão.

1 – Precipitar-se. Chegar a conclusões quando ainda se está coletando dados e informações, sem gastar alguns minutos tentando entender quais são os aspectos mais importantes ou analisar como a decisão deve ser tomada.

2 – Cegueira Estrutural. Tentar resolver o problema errado, pois por seus paradigmas o tomador de decisão criou uma estrutura mental para a decisão sem refletir, descartando opções ou perdendo de vista os reais objetivos.

3 – Falta de Controle Estrutural. Não definir de maneira consciente o problema de diversas maneiras, ou se deixar influenciar indevidamente pela maneira como os outros vêm o problema.

4 – Excesso de Confiança em seu julgamento. Não considerar informações e evidências factuais importantes por estar demasiado seguro de suas hipóteses e opiniões. O livro “A arte da Guerra” de Sun Tzu cita o caso de um general que foi derrotado devido a muitas vitórias, que o levou a excesso de confiança.

5 – Atalhos míopes. Tomar como verdades absolutas as “regras práticas” e as “práticas do mercado”, confiando em demasia nas informações prontamente disponíveis ou nas práticas que lhe convêm, sem ponderar se realmente fazem sentido na sua situação.

6 – Atirar no meio. Acreditar que pode ter todas as informações improvisando em vez de seguir um procedimento sistemático que leva a uma conclusão.

7 – Fracasso em grupo. Assumir que com tantas pessoas capacitadas e inteligentes participando da decisão elas chegarão naturalmente a uma boa decisão, e assim deixar de controlar o processo decisório. Einstein já dizia: “mesmo que todos os sábios concordem, todos os sábios podem estar errados”.

8 – Enganar a si mesmo a respeito do feedback. Distorcer evidências de fatos passados para proteger o próprio ego porque sua compreensão tardia do que deveria ter acontecido está atrapalhando.

9 – Falta de acompanhamento. Considera que pela experiência se aprenderão automaticamente lições importantes, deixando de se registrar sistematicamente como se chegou a decisões e analisar os resultados.

10 – Deixar de conferir seu processo decisório. Não elaborar uma abordagem organizada e sistemática para compreender os critérios e métodos que se usam para tomar decisões, ficando exposto a repetir os mesmos erros.

A tomada de uma decisão deve levar em consideração a realidade e não apenas as aparências ou a intuição.

Como muitas outras coisas, aprender a decidir deve ser praticado, mas se temos algumas dicas de como fazer melhor, já é uma boa ajuda. Pense, pratique e decida.

Como primeira prática deve tomar uma decisão na seguinte situação:

Você foi preso em um reino estrangeiro. O rei lhe deu a chance de fazer uma única declaração.
Se você mentir, você morrerá queimado, se você disser a verdade morrerá afogado.
Ler Mais

Decidir é a melhor jogada


Todos os dias somos convocados a tomar decisões. Elas fazem parte do sistema cíclico de nossa vida. Nem sempre é fácil decidir, mas é imprescindível que a decisão aconteça para seguirmos adiante. Se ficarmos adiando corremos o risco de perder a oportunidade na hora apropriada. Protelar pode se tornar uma armadilha.









Decidir é a arte de fazer escolhas que estarão refletidas no resultado final. É preciso ter consciência dos vários fatores envolvidos na decisão, afinal, a soma das ações resultantes da decisão estará contemplada no resultado da partida. Definir a estratégia do jogo é fundamental e há alguns itens importantes nesse processo:

> Ter uma equipe formada por profissionais motivados e compromissados com a meta do time e que execute cada jogada buscando aprender e melhorar sempre;

> Estabelecer uma linha de comunicação clara e eficaz entre defesa, lateral, meio e ataque;

> Prever os riscos para preparar e ajustar as posições da defesa;

> Programar um ataque criativo, ágil e diferencial que realize gols e alcance a vitória;

> Interligar os detalhes do planejamento para que o propósito de cada lance esteja alinhado com o objetivo: conquistar o resultado positivo no campeonato.

Com clareza, foco, determinação, perseverança e consciência de que decidir é um passo vital, desenhe seu cenário atual e projete sua paisagem futura tendo conhecimento dos seus recursos e das suas fraquezas que podem ser trabalhadas. Aprimore suas habilidades e dê o pontapé inicial rumo à trilha do desenvolvimento.

Torne cada jogo uma possibilidade de aprendizado e a cada lição você se fortalecerá para empreender jogadas cada vez mais vitoriosas. Lembre-se: acreditar, torcer e treinar são elementos da jornada de quem faz de cada jogada uma ação rumo ao sucesso. Cada vez que você decide, faz e chega ao resultado, sua confiança e competência aumentam para acertar novos gols.

Há um ditado popular no futebol que diz que o time que não faz gol, leva. Funciona assim também em outras situações: quem não decide, perde a vez. O campeonato segue o ritmo do jogo da vida e você tem o poder de decidir qual sua posição, seus propósitos, seus sonhos e escolher as jogadas para construir a dinâmica do seu jogo!

Decida investir no seu sucesso. Conheça o Coaching e prepare-se para o melhor treino que potencializa jogadas com foco, ação, resultado e melhoria contínua!

Ler Mais

Seis passos para aprender a escutar


Se você tem dificuldade para se lembrar de uma conversa, costuma confundir o que ouve, não se lembra de quem disse uma coisa ou tem que fazer muito esforço para acompanhar falas longas, você precisa se treinar para ouvir melhor.
Aqui sugerimos algumas idéias para fazer isso.


Passos


1

Não fale enquanto estiver ouvindo o outro. Freqüentemente o desejo de expressar as próprias opiniões faz com que se preste mais atenção nos próprios pensamentos do que no interlocutor, e o que ele disse "se perde".

2

Saiba identificar o que interessa no que você está ouvindo. É mais fácil escutar e saber priorizar se você definir qual é o seu interesse.

3

Mantenha o seu olhar no interlocutor. É mais fácil escutar se você acompanhar a conversa com mais de um sentido. Às vezes o contato corporal permitirá compreender o outro melhor.

4

Não dê atenção a assuntos que passarem pela sua cabeça e que não estejam ligados à conversa. Se você se dividir entre o que você está ouvindo e o que terá de fazer mais tarde, contará com menos energia e foco para entender e gravar o que escutar.

5

Não perca de vista que você está dialogando com uma pessoa que tem importância para você e de quem quer saber a opinião ou ouvir uma proposta.
Respeite o espaço dela, não a interrompa e mantenha a sua mente aberta.

6

Quando o seu interlocutor tiver terminado de falar, faça um resumo do que você escutou. Assim você vai poder checar o seu nível de compreensão sobre o tema, e guardará melhor na memória o que foi dito.

Importante

Ser um bom ouvinte é algo que se aprende com a prática. Não desista diante das dificuldades e treine para ouvir melhor os outros.

http://comunidade.bemsimples.com/autoajuda/w/autoajuda/Seis-passos-para-aprender-a-escutar.aspx
Ler Mais

Gerencie e compartilhe conhecimentos em seu projeto!



“Gerencie e compartilhe conhecimentos em seu projeto! Publicado por Wladimir Farias 


 Na sociedade da informação, o conhecimento é considerado por muitos como principal ativo de uma organização, uma vez que é uma fonte geradora de resultados tanto financeiros quanto cumprindo os objetivos organizacionais. 

Ciente dessa importância faz sentido gerencia-lo de forma eficaz, o que traz benefícios a determinado projeto ou organização. O conhecimento pode ser definido como a certeza de que um determinado fenômeno é real e possui características especificas. Além desse conceito preliminar ele pode ser classificado como tácito ou explícito: 

O conhecimento tácito é uma forma de conhecimento particular e íntima a um humano, ele é um conhecimento absorvido e visto por um prisma pessoal, sendo atrelado a um contexto especifico. 

O conhecimento explícito é expresso por modelos for mais, ele segue uma lógica própria, sistemática, como palavras, números, ou seja, sendo mais facilmente transmitido entre as pessoas que conhecem o código, documentando e disseminando saberes. 

Conhecendo os conceitos de conhecimento, podemos falar de gestão do conhecimento que pode ser definido como o processo que uma organização de forma consciente e sistemática de coletar, organizar, recuperar e analisar determinados conhecimentos para atingir seus objetivos. 

Algumas ferramentas para auxílio na gestão do conhecimento são: 

Repositório de materiais de referência: Criar um local para que o conhecimento explícito possa ser facilmente acessado, evitando redundância. Esse repositório compila o conhecimento necessário à organização, tais como, artigos científicos, relatórios gerenciais, Techinical report e plano de gerenciamento do projeto. Expertise Maps: é um documento descritivo das competências de indivíduos do projeto, listando o conhecimento dentro e de fora da organização. 

Ter ciência que outro membro da equipe do projeto sabe de um determinado assunto, auxilia o compartilhamento de conhecimento tácito; Dentro o contexto de gerenciamento de qualquer organização, faz-se necessário que o conhecimento seja mapeado e circule com determinada finalidade. 


Uma das características da nova economia é que quanto mais um conhecimento for compartilhado maior é seu valor agregado. Como diria Peter Drucker: “Os grandes ganhos de produtividade, daqui para frente, advirão das melhorias na gestão do conhecimento””

Read more about Projetos e TI | Gerencie e compartilhe conhecimentos em seu projeto! on:
http://projetoseti.com.br/gestao/gerencia-de-projetos-pmp/gp-conhecimento/gerencie-e-compartilhe-conhecimentos-em-seu-projeto/?utm_source=INK&utm_medium=copy&utm_campaign=share&
Ler Mais

Escultura (2) -Robert Cannon






Esculturas feitas com musgo e concreto mesclam plantas e pedras






Ideia permite cultivo de plantas nas próprias esculturas e dá apelo visualDa redação

Procurando uma boa opção decorativa para sua casa? O arquiteto Robert Cannon criou as Terraform Stulptures,esculturas que mesclam pedras e plantas e permitem que o dono cultive suas plantas na própria escultura. Odesign, feito com concreto e musgo, é inspirado em vários movimentos artísticos da história e possui um grande apelo visual. 

Robert Cannon é norte-americano e estudou arquitetura na Universidade de Yale, em Connecticut, nos Estados Unidos. Além de arquiteto e paisagista, ganha a vida como designer e escultor, e já participou de várias exposições pelo país.



Ler Mais

A ciência dos tubos enterrados

Redação AECweb / e-Construmarket


Tubos esperando por amostragem para ensaio



Invisíveis, eles estão lá, enterrados, conduzindo esgoto e águas pluviais da rede de saneamento básico para centrais de tratamento ou deposição. Os tubos de concreto pré-moldados, convencionais com reforço em aço ou com fibras de aço, exigem conhecimento para sua especificação, mas tudo está didaticamente esclarecido pela norma técnica do material. “Os tubos de águas pluviais têm uma demanda técnica um pouco menor do que o de esgoto, que contém ambiente mais agressivo. Os dois, porém, guardam a mesma geometria e características técnicas”, afirma o professor Antonio Figueiredo, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Já o sistema de distribuição de água da rede pública utiliza tubos principalmente de ferro fundido, PVC e polietileno, mais contínuos, com maior capacidade de resistência e menor número de juntas, locais nos quais normalmente aparecem os vazamentos. “Os tubos de concreto são empregados para condutos livres, ou seja, onde não há pressão interna como ocorre com o esgoto e água de drenagem”, ensina.


NORMAS E EXIGÊNCIAS


A ABNT NBR 8890:2007 estabelece os requisitos mínimos e métodos de ensaio para tubos de concreto, divididos em classes. O professor destaca as exigências de tolerâncias geométricas: “Por uma questão de produtividade das indústrias o tubo é produzido com concreto em sistemas que podem ser centrifugados ou vibro-prensados, e que têm em comum o fato de remover a fôrma antes do endurecimento do concreto. É fundamental que a peça mantenha a geometria no estado ainda fresco e, claro, depois de endurecido. Isso vai depender da coesão do concreto utilizado que, no caso, é o que chamamos de concreto seco. Como ele está sujeito a essa coesão, é preciso garantir que a geometria seja respeitada com as correspondentes tolerâncias estabelecidas por norma, de fatores como diâmetro, comprimento e espessura. Isso é obtido com a colocação de um anel metálico na base no tubo, onde fica a bolsa – parte mais alargada do tubo – e de outro anel, em geral de plástico, inserido na ponta do tubo. O procedimento é feito sempre no concreto ainda fresco até que endureça quando os anéis são retirados. Este é um aspecto crítico, porque a ponta de um tubo tem que encaixar na bolsa do outro. Se tiver um abaulamento, não será possível fazer o encaixe”.

LIMITES DE ABSORÇÃO


Como esses tubos trabalham com esgoto e com água, o grau de agressividade é um pouco maior – condição que leva a exigências de durabilidade. Segundo Figueiredo, essa característica é fixada ainda de maneira empírica. Hoje, o que se faz, é garantir que os tubos tenham um nível máximo de absorção de água, ou seja, que o concreto seja bem compacto para evitar a entrada de agentes agressivos. “E aí tem um limite de absorção máxima de 6% para esgoto e 8% para águas pluviais – o que é verificado em ensaios de absorção de água por imersão e fervura”, informa.

Os testes feitos nas fábricas analisam os tubos quanto à absorção, tolerâncias dimensionais, resistência (o ensaio de compressão diametral é feito na peça inteira, em três pontos, porque como será enterrado tem uma grande carga de terra em cima e precisa alcançar resistência para esses esforços). “A norma estabelece uma classificação para resistência, tanto para água pluvial quanto para esgoto, com suas faixas definidas por carga de fissura, e por carga última (máxima) ou de ruptura, em função do diâmetro. Ou seja, quanto maior o diâmetro, maior a carga que o tubo tem que resistir”, ensina.




FIBRAS DE AÇO


No caso de utilização de fibras de aço na composição do concreto, a norma estabelece a carga mínima isenta de dano (equivalente à carga de fissura do tubo armado convencional) e carga de ruptura. “Para o tubo de reforço convencional, a norma admite fissura de 0,2 mm e para o tubo com fibra, não permite fissura alguma, até porque sua eficiência é maior”, diz Figueiredo, que explica as duas tecnologias: “Na fabricação do tubo com reforço convencional, antes de lançar o concreto na fôrma, é encaixada uma tela metálica ou uma armadura feita com aço CA60 que pode ser simples ou dupla, dependendo da espessura do tubo. Em tubos menores, é preciso garantir que o aço fique protegido dentro do concreto e, como é exigido um cobrimento mínimo, ele acaba ficando bem no meio da espessura da parede. Já em tubos de grandes dimensões é possível colocar duas camadas de aço. No outro sistema, as fibras de aço são misturadas com o concreto e lançadas na fôrma. Seu desempenho é maior quanto à carga de fissura ou carga mínima isenta de dano, porque as fibras de aço reforçam toda a peça, dificultando o início da fissuração”.



A tecnologia dos tubos pré-moldados com fibras de aço é mais recente no país, introduzida na norma de 2007. “Nem todos os fabricantes estão preparados para produzir esse tipo de tubo. Quanto ao preço, os dois sistemas se equivalem, oscilando apenas em função da variação do aço no mercado nacional”, comenta Figueiredo. Na condição de especialista, ele recomenda a especificação do sistema com fibras de aço, por uma série de razões. “Principalmente para os tubos de diâmetros menores, o de fibra apresenta desempenho superior em reforço e em durabilidade, até porque a corrosão da fibra é mais difícil do que a da tela de aço. Além disso, no sistema convencional se usa obrigatoriamente armaduras bem no meio da peça, que podem prejudicar o reforço”, diz.

DURABILIDADE
Tubos recém desformados


O professor revela que a vida útil dos tubos de esgoto “ainda é um mistério a se desvendar” e depende da agressividade do meio que vai atuar sobre o concreto. Em meio mais agressivo como é o do esgoto, é preciso especificar tubo de concreto resistente a sulfatos, com baixo teor de C3A (aluminato tricálcico, componente básico do cimento), para aumentar a vida útil da peça. “Hoje, ainda não temos modelos para a previsão da vida útil dos tubos. Até porque esses dados dependem muito do proprietário da rede de saneamento, sistema que tem que ser monitorado, compondo um mapeamento desde a execução da tubulação. Na falta de modelos, são utilizados apenas os recursos empíricos que envolvem a especificação do cimento com resistência a sulfatos e o nível de absorção máxima. Isso vai garantir vida útil? Ninguém sabe. O que é um perigo, porque tubos enterrados para coleta de esgoto em regiões metropolitanas podem entrar em colapso, desestabilizando o entorno e gerando buracos grandes em vias públicas. Portanto, quanto mais controlada e parametrizada a vida útil dessas peças, melhor para a segurança de todos”, alerta Figueiredo.


ESTANQUEIDADE

Ensaio de estanqueidade


No ensaio de estanqueidade, dois tubos são acoplados, a câmara enche de água e pressuriza o conjunto, para verificar se há pontos de vazamentos nas juntas e, também na peça. A estanqueidade do tubo é inerente ao processo de fabricação e vai depender de alguns elementos, conforme expõe Antonio Figueiredo: “Em primeiro lugar, da matriz que o fabricante utiliza, porque se economizar demais no cimento, a peça ficará porosa e, portanto, mais permeável. O nível de estanqueidade da peça dependerá, também, da energia de compactação transferida pelo equipamento de moldagem ao concreto, principalmente por se tratar de concreto de consistência seca”, explica.

Outro fator que interfere na estanqueidade, elencado pelo professor, diz respeito ao uso na produção do tubo de concreto convencional de espaçadores, peças plásticas inseridas dentro do concreto para que a armadura fique afastada da superfície, protegida do meio agressivo.

O problema é que essas peças acabam se conectando com as duas faces do concreto, interna e externa, gerando um caminho facilitador para a passagem de água. Essa situação não ocorre com os tubos de concreto com fibras de aço. “E para evitar vazamentos nos tubos de esgoto, em função do risco de contaminação, é colocada uma junta elástica de borracha na bolsa da peça, independente do sistema de fabricação. Esse procedimento é dispensável em tubos de água pluvial”, afirma.


Segundo ele, as dimensões dos tubos enterrados apresentam muita variação em comprimento, tendo como valores mínimos de 1 m a 2 m para tubos para águas pluviais e esgoto respectivamente. Os diâmetros variam de 300 mm até 2 m – valores também previstos na norma técnica. “A variação decorre da capacidade da rede pública, ou seja, quanto maior a demanda de esgoto e de águas pluviais, os tubos terão diâmetros maiores para receber esses volumes. Quando a demanda é muito grande, se faz necessário implantar interceptores e não o tubo pré-moldado”, ensina.

OBRAS PRIVADAS

A coleta de esgoto e de águas pluviais de empreendimentos de grandes dimensões como shoppings centers, estádios de futebol ou condomínios deve ser feita por tubos de concreto. Já os tubos de PVC são normalmente utilizados por edificações residenciais e comerciais, mesmo que verticais. A razão está no porte da obra, somado à demanda de escoamento. “Meus colegas de Barcelona (Espanha), fizeram um estudo de sustentabilidade comparando tubos de concreto com peças plásticas. Quando os tubos têm pequenas dimensões (até 600 mm), ainda há uma paridade de desempenho entre os dois produtos. Mas quando os tubos passam a ter diâmetros maiores, o tubo em PVC perde em termos de sustentabilidade por ser menos rígido, com mais riscos de influência negativa no meio externo. No estudo, o tubo de concreto mostrou que, por ser bastante rígido, tem menos chance de recalque e de problemas nas regiões lindeiras. É mais seguro, portanto”, diz.

Na opinião de Antonio Figueiredo, a tendência é que cresça no mercado brasileiro o consumo de tubos de concreto com fibra de aço, como ocorre na Europa. “No futuro, teremos também um crescimento do uso de tubos de maiores dimensões e de utilização de reforços mistos, ou seja, fibra e armadura convencional se complementando”, prevê. Aos especificadores, o professor recomenda seguir os parâmetros da norma técnica e executar de acordo com suas exigências: “Isso é grave, porque em muitos casos a norma é ignorada. Compram-se os tubos pelo menor preço, sem fazer o controle de qualidade que a normativa pede”.


Redação AECweb / e-Construmarket

Ler Mais
 
Clube do Concreto . | by TNB ©2010