Como os Romanos introduziram o concreto

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O surgimento do concreto é condicionado à descoberta de um agente aglomerante cimentício. Dessa forma, considera-se historicamente como o início do concreto o ano IV a.C, quando utilizou-se pela primeira vez o concreto na construção dos muros de uma cidade romana situada a 64km de Roma.

Na construção de muros, o concreto romano era em alguns aspectos simplesmente argamassa, utilizada para assentar tijolos nas faces externas dos muros e preencher os vazios entre pedaços de pedra ou tijolos quebrados que eram colocados no espaço entre as faces de alvenaria.

Diferentemente da prática moderna, que emprega fôrmas metálicas ou de madeira temporárias para suportar o concreto fresco até que ele endureça, os romanos freqüentemente empregaram fôrmas de pedras ou tijolos.

O concreto fora utilizado desde o ano II a.C. na criação de edifícios públicos, tais como Coliseu, Via Ápia, banhos romanos e aquedutos.  Foi neste ano que 
surgiu o primeiro aglomerante conhecido.  Era um tipo especial de areia vulcânica chamada pozolana, encontrada apenas na região sul da Itália, nas imediações do Monte Vesúvio, próximo a Pozzuoli, de onde o nome se originou. Fora utilizado em várias obras importantes da Itália, entre elas o Panteão de Roma.A arquitetura romana muito diferenciou-se dos precedentes gregos, já que os romanos faziam uso de novas formas e novos materiais, tais como tijolos (cozidos), e o já citado concreto, sendo o emprego do último determinante na constituição da ordem espacial encontrada nesta arquitetura.

pozolana é na verdade um agregado miúdo, que reage quimicamente com cal e água, para endurecer formando uma pedra artificial, resistente mesmo quando submersa. Esse material era usado com pedras de diferentes tamanhos, mantendo-as unidas e formando um tipo rudimentar de concreto. Por este tipo de agregado não estar presente em outros países, a pozolana acabou-se por difundir apenas na Itália, enquanto ainda durante muitos séculos, a maioria das construções no resto do mundo continuava sendo feita de alvenaria de pedra e tijolos.

Para dar fundamento a estes experimentos arquitetônicos, introduziram-se novas soluções técnicas construtivas. A mais importante inovação nas fundações romana foi a utilização das plataformas de concreto, que por utilizar-se de cimento pozolânico que tem capacidade hidráulica, permitia que as fundações pudessem ser lançadas mesmo sob a água, como, por exemplo, em Ostia, a cidade portuária de Roma.

Por Roma situar-se sobre uma região onde predominam solos arenosos de origem vulcânica, com pouca capacidade de suporte, adotavam-se espessos radiers (tipo de fundação que funciona como uma laje contínua de concreto armado em toda a área da construção, transmitindo as cargas da estrutura para o terreno), para que fosse reduzida a pressão aplicada sobre o solo.

Exemplo disso foi a fundação do Coliseu. Esta consiste num anel com 12m de profundidade, construído com concreto ciclópico - também chamado de fundo de pedra argamassa, consiste na incorporação de pedras denominadas “pedras de mão” ou “matacão” ao concreto já pronto. Similarmente, o Panteão de Roma se assenta sobre um anel de concreto com 4,5m de profundidade e 7m de largura.

Na construção de abóbadas, que se tornaram dominantes na arquitetura romana, o concreto era claramente usado de acordo com sua própria natureza plástica e fazia-se uso de escoramentos de madeira, de maneira que conseguiam projetar paredes de alvenaria com uma altura considerável.  A escassez de madeira em grande parte do Império Romano demandava economia na preparação das fôrmas, sendo prática comum o reaproveitamento de fôrmas e escoramento.

Além disso, as cidades e fortificações do vasto Império Romano eram ligadas por um notável sistema de estradas, sendo que muitas das quais resistem até hoje. O leito das estradas romanas representa uma obra de mestre em termos de dimensionamento de fundações, sobrepondo camadas de resistência crescente a uma camada drenante de areia. O pavimento era escolhido conforme o tráfego da estrada, podendo ser de concreto ou paralelepípedos.A idéia essencial do concreto armado, barras metálicas associadas à pedra ou argamassa com a finalidade de aumentar a resistência às tensões, também remonta ao tempo dos romanos. Em estudos realizados em Termas de Caracalla – Roma, construída entre 212 d.C. e 217d.C., notou-se a existência de barras de bronze dentro da argamassa de pozolana, em pontos onde o vão a vencer era maior do que o normal na época.

Por muitos séculos ainda, deixou-se de utilizar o concreto, sendo apenas verdadeiramente aceito e difundido a partir de 1845. Anos antes, 1824, Joseph Aspdin, um construtor inglês, patenteou um cimento que foi chamado Portland, porque parecia uma pedra encontrada na ilha de Portland. Joseph Aspdin foi o primeiro a usar altas temperaturas para aquecer alumina e sílica até a fusão para a obtenção do cimento, técnica até hoje empregada.
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2007-2/aplicaconcreto/Topico1.htm

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