Habiterra – O Sistema Construtivo Mexicano de Baixo Custo

Um novo setor da construção surge, desenvolvendo novos sistemas construtivos que buscam não apenas reduzir os custos e tempo da obra, mas também solucionar o problema da habitação nas regiões menos favorecidas do México. A partir da inovação nas técnicas construtivas já conhecidas, empresas nacionais de aventuram em mercados internacionais propondo novos modelos de construção com os mesmos insumos, maior resistência estrutural e mais conforto, introduzindo materiais inteligentes adaptáveis a qualquer necessidade construtiva.
Como parte deste setor emergente, Juan Manuel Reyes da Armados Omega e o arquiteto Jorge Capistrán desenvolveram um novo sistema construtivo de baixo custo e que reduz em 50% o tempo de construção, a partir de um simples módulo de blocos que não requer o uso de misturas aglutinantes ou mão de obra especializada.
O processo de fabricação dos blocos utiliza métodos de produção à base de madeira reciclada e baixo consumo de água.
Habiterra tem a pretensão de substituir o bloco de concreto convencional. Seu desenho permite um intertravamento que dispensa o uso de argamassa para assentamento e também garante um correto alinhamento e prumo. Diante disso a fabricante garante que pode aumentar a produtividade em até 10 vezes, mesmo utilizando uma mão de obra não qualificada.
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Também pode-se destacar que os reforços armados ou grauteamento são de fácil execução, devendo ser posicionados nas interseções de alvenaria e a cada 120cm, utilizando barras de aço posicionadas através das seções vazadas do próprio bloco. Isso acaba dispensando a utilização de fôrmas e equipamentos pesados.
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A montagem dos blocos gera um módulo preciso de 40x40cm e a arquitetura deve ser adaptada à isso. Por outro lado o número de tipos de blocos é reduzido, assim como a necessidade de cortes para adaptação.
Os blocos são de baixo peso (metade de um bloco de concreto padrão), o que melhora a trabalhabilidade, reduz o risco de acidentes e lesões laborais.
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Segundo uma análise da fabricante, uma equipe de 1 pedreiro e 2 serventes pode assentar entre 150 a 300 blocos de concreto por dia, enquanto em um experimento que fizeram em uma casa de 47 m2 na cidade de Puebla no México, conseguiram atingir a impressionante marca de 1.200 blocos assentados por dia, por equipe.
A tipologia de fundação para o sistema é uma espécie de radier nervurado, utilizando blocos de poliestireno expandido (isopor) para formação dos vazios estruturais, treliças (para vigas) e malhas (para capa) de aço em conjunto com o concreto, para formar as seções resistentes. A tubulação de serviço deve ser passada como no sistema convencional, tanto na fundação quanto nas paredes.
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A cobertura utiliza painéis de vigas treliçadas e também poliestireno expandido, que podem ser facilmente posicionados acima da superestrutura para posterior concretagem e cimbramento reduzido.
As paredes devem ser impermeabilizadas dos dois lados (interno e externo) utilizando matriz cimentícia ou liga-acrílica reforçada com fibras. A proprietária do sistema garante que a ausência de argamassa no assentamento reduz significativamente os problemas de patologias causadas pela umidade.
A grande vantagem do sistema seria a significativa redução do cronograma de execução da superestrutura: dois dias para o levantamento de todas a alvenaria estrutural e um dia para a cobertura.